segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Formas livres, presas e dependentes

Olá pessoal, a postagem de hoje será sobre: formas livres, presas e dependentes.




As formas livres são aquelas que, sozinhas, constituem um enunciado que permite a comunicação. Se alguém disser a palavra “fogo”, rapidamente, pessoas vão correr pedindo ajuda, outras vão ligar para os bombeiros, enfim, todos vão compreender a situação e fazer o que acharem conveniente. Essa palavra é, então, uma forma livre, desapegada, não precisa da companhia de outros vocábulos, mas pode viver em sociedade se assim quiser: essa menina é fogo! Veja como a palavra ganha outro sentido!

As formas presas já são bem diferentes. Elas não têm sentido sozinhas e, dessa forma, não formam um enunciado se não estiverem ligadas a outras. Não suportam a solidão e se agarram a uma forma livre. É o caso do prefixo {re-}, por exemplo, que precisa de palavras como fazer, nascer, criar, correr, agir para adquirir sentido e assim transformá-las em refazer, renascer, recriar, recorrer, reagir, dando sentido de repetição ou movimento em sentido contrário.

Mattoso Câmara Jr. insere um novo conceito: as formas dependentes! Elas funcionam ligadas às livres, mas não funcionam sozinhas como comunicação suficiente. Distinguem-se das presas por permitirem a intercalação de novas formas entre elas e das livres por poderem variar de posição. Exemplo: Diga-me/ não me diga/ que não me diga. (intercalação)                                                  

                                                                   Casa de detenção (presença de preposição) 

As formas dependentes podem ser: artigos, preposições, algumas conjunções, pronomes oblíquos átonos que não podem constituir um enunciado. 


Para terminar essa postagem, vamos analisar algumas palavras do trecho da música: Beija-flor (Natiruts)



Beija-flor que trouxe meu amor
Voou e foi embora
Olha só como é lindo meu amor
Estou feliz agora

A palavra "trouxe", ela explica a forma presa a partir do sufixo verbal.
Beija-flor – formada por duas formas livres mínimas;
Que – nesse enunciado é uma forma dependente;
Amor – forma livre mínima indivisível. (Se fosse amoroso seria uma forma presa composta por uma forma livre mínima e uma forma presa!)
 
Segue o link do vídeo. Até mais!!!! Deborah Mychelle   :)

 
https://www.youtube.com/watch?v=wedpnqqJHWk
 

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Vozes Verbais

Em sala de aula, aprendi que quando um verbo manifesta o entendimento de ação, ele pode flexionar-se para indicar quem pratica e quem recebe essa ação, portanto a voz do verbo indica o tipo de relação que o sujeito mantem com o verbo. As vozes verbais são três:

  1. Ativa: o sujeito é agente, isto é, o sujeito pratica a ação verbal.
Ex.: Em sonho, os pescadores sorriam. (Cecília Meireles)

os pescadores → sujeito agente
sorriam → voz ativa 

    2. Passiva: o sujeito é paciente, ou seja, o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo.

Há dois tipos de passiva:

  • Analítica: é formada pelo verbo ser ou estar mais o particípio do verbo principal.
Ex.: As meninas eram conduzidas pelos pescadores. 

eram → verbo ser (pretérito imperfeito)
conduzidas → particípio

  • Sintética: é formada por um verbo principal que apresenta-se conjugado na 3º pessoa, acompanhado do pronome se.
Ex.: Consertam-se barcos de pescadores.

consertam → 3º pessoa 
se → pronome apassivador

Ex.: Quebrou-se o violão.
quebrou → 3º pessoa
se → pronome apassivador

Pelos exemplos, nota-se que o verbo principal apresenta-se conjugado na 3º pessoa do singular ou do plural, de acordo com o sujeito paciente.

Quebrou-se o violão.
quebrou → 3º pessoa do singular
violão → sujeito paciente: singular

Quebraram-se os violões.
quebraram → 3º pessoa do plural
violões → sujeito paciente: plural

      3. Reflexiva: o sujeito pratica e recebe a ação verbal.

Ex.: O garoto feriu-se com o estilete.
o garoto → sujeito agente e paciente
                                                              se → pronome reflexivo
 

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Morfema Zero

Morfema Zero

Com o que vi em sala de aula, o morfema zero é a não existência de uma marca física na palavra, e pode determinar ausência de gênero, número ou modo, ou seja, acontece quando há ausência do morfe, porém, sem excluir a presença do morfema manifestada apenas pelo sentido da palavra, uma espécie de morfema, subentendido, implícito.


De acordo com Petter apud Gleason (1961; 80) pode-se dizer que há morfema zero somente quando não houver nenhum morfe evidente para o morfema, ou seja, quando a ausência de uma expressão numa unidade léxica se opõe a presença de morfema em outra.

º Um exemplo que pode esclarecer:  O morfema S é característico do plural, em língua portuguesa. Se observarmos o par: sapato/sapatos, verificamos que é a ausência da marca do plural, ou seja, o S no primeiro vocábulo, traz a idéia de singular.

º Em MARES, o plural é feito pelo morfema –es. O plural em português tem alomorfia: -s (sapatos), -es (mares), -is (pastéis);

 _ MAR, não há nenhuma desinência que indique o singular. “A ausência de uma marca física, mas que há significado, o MORFEMA ZERO, indica o singular.”

º Na nossa língua, por exemplo, o plural costuma ser indicado pelo morfema S no final da palavra, já o singular, é reconhecido pela ausência de morfema de plural, ou seja, na formação do número essa              ausência é significativa.

Nos exemplos: “Eu pulava / Ele pulava”, há morfema zero de sufixo número-pessoal.
­
º Temos o pretérito imperfeito do indicativo que ao conjugar os verbos, realiza o morfema zero na primeira e terceira pessoa do singular.   Não há marcação para diferenciar a primeira pessoa da terceira pessoa, porque constitui um morfema zero {Ø} de modo.







Em “burocratas”, temos a seguinte configuração morfológica:

Raiz: burocrata-

Vogal temática: -a-

Sufixo de plural: -s

Escolhi essa tirinha porque podemos observar  que existe o morfema zero na palavra “burocratas”, que é um morfema zero de gênero, ou seja, não há marcação dizendo se são “as burocratas” ou “os burocratas”.



Então, tudo certinho?!




                                                                                              Deborah Mychelle

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Morfologia e a Identificação de Morfemas

Passei o final de semana todo, pensando e elaborando textos com o proposito de explicar tudo que li, assim sendo, escolhi um tema e coloquei mãos à obra, só lembrando que sou péssima pra me expressar, então tentarei fazer o meu melhor nesse post.    

Normalmente ao se definir morfologia dizemos que é o estudo da construção, formação e a classificação das palavras. Ao ler diversos textos e artigos acadêmicos, percebi que há duas concepções de morfologia, uma no ramo da linguística e outra no ramo da gramática tradicional.

Na gramática tradicional a morfologia aborda as formas das palavras no que diz respeito à flexão e derivação, cujo contesta o estudo das funções ou sintaxe.

  Já na linguística, temos dois itens principais: a palavra e o morfema.

  • Palavra: é focada no estudo das classes de palavras. (lembrando que é este item que encontramos geralmente na Gramática Tradicional)
  • Morfema: é focada na formação das palavras através de elementos mórficos ou morfológicos, que na concepção de alguns linguistas é o mais adequado.
No texto de Margarida Petter, que consta no livro Introdução à Linguística de Fiorin, ela destaca dois processos morfológicos distintos:

  • a Morfologia Flexional; e 
  • a Morfologia Lexical.

Meu ponto central nesse post será voltado para a identificação dos morfemas.


Os morfemas podem ser identificados através da analise mórfica ou morfológica, ou seja analisando as unidades de significação da palavra, destacando seu morfema ou elementos mórficos. Vejamos na tirinha acima a palavra "subconsciente":


                             Consciente  →  sub-consciente  →  consciente-mente                        


consciente = raiz     sub = prefixo       mente = sufixo
                                                                                                
corresponde à Morfologia Lexical, que é a derivação (sufixo ou prefixo)


Se nessa tirinha nós focalizarmos na palavra "garota", veremos:


garot-a   →  garot-o
garot- será a raiz e as letras a e serão a vogal temática 
                                                                                               
corresponde à Morfologia Flexional, que são as relações gramaticais e os mecanismos de concordância (podendo ser nominal → gênero, numero e caso; ou podendo ser verbal → tempo, modo e pessoa) 

Portanto, morfemas são as mínimas unidades significativas que se juntam para compor as palavras. Cada elemento mórfico ou morfema que constituir uma palavra, dispõe de um nome e uma função, sendo eles: radical, tema, vogal temática, afixos (prefixo e sufixo) e desinências

Todos esses elementos serão abordados com mais clareza no próximo post.